quarta-feira, 20 de abril de 2011

Aljube - a voz das vítimas

Organizada pelo Movimento Cívico Não Apaguem a Memória!, pelo Instituto de História Contemporânea da FCSH da UNL e pela Fundação Mário Soares, em estreita colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa, esta exposição pretende constituir uma afirmação de cidadania na preservação da nossa memória histórica.

Mal se entra, começa a ouvir-se uma voz que vai desfiando nomes e histórias de dezenas de pessoas que, percebe-se depois, foram mortas pelas polícias políticas entre 1928 e 1965. As grades estão ainda presentes na sala do piso térreo onde se reproduz o Parlatório do Aljube – a zona onde os presos recebiam visitas, sempre vigiados por guardas e agentes da PIDE.

“O Aljube era um lugar sinistro”, acentuou, na inauguração da exposição Mário Soares, um dos presos políticos que na década de 60 por lá passou e que se lembra de lá ter estado muito antes, quando tinha apenas seis anos, em visita ao pai, João Soares, ali preso.

Além de sinistro, o Aljube era então um edifício degradado, como se constata numa carta patente na exposição, datada de 1930, em que o director da cadeia solicitava ao então ministro das Obras Públicas, a realização de obras urgentes no edifício. Até porque, sublinhava o director, sendo “uma prisão política é visitada por pessoas categorizadas” a quem o Aljube causava uma “má impressão”.

Do espólio da exposição constam vários autos de busca e apreensão feitos pela PIDE, surpreendentes nos dias de hoje, como o que é relativo ao livro A Emancipação da Mulher, editado pela ASA.

Na sala dos arquivos, há gavetas para todo o tipo de suspeitos a vigiar e perseguir: de movimentos como o MUD, a LUAR, o PCP, as organizações maoístas e socialistas, mas também pessoas e locais do quotidiano: os médicos, os liceus e os teatros eram também suspeitos.
Sobre a tortura praticada pela PIDE falam os testemunhos gravados com ex-presos políticos, constantes dos arquivos da RTP, que se podem ver e ouvir na exposição.



Horário: Todos os dias, das 10.00 às 18.00 horas
encerra às 2.ªs feiras, de 14.04.2011 - 05.10.2011

Preços: Entrada livre.

Local:Antiga Cadeia do Aljube
Rua:Rua Augusto Rosa, 42, Lisboa

3 comentários:

  1. Olá, boa noite.

    Gostaria de saber se o anúncio televisivo em relação a esta exposição está disponível. Não estou a encontrá-lo.
    Obrigada.
    Cumprimentos,
    Ana Soares

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  2. têm algum mail por onde possa entrar em contacto com vocês? ... não ao capitalismo.

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  3. O nosso e-mail de contacto encontra-se na barra lateral na secção: Dúvidas - Sugestões - Críticas. Obrigado.

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