segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Confrontos entre extremistas anti-gay e polícia sérvia


Pelo menos 122 pessoas ficaram feridas, 102 delas polícias, em confrontos entre as forças de segurança e grupos radicais que protestaram contra a primeira Marcha do Orgulho Gay hoje em Belgrado, informaram os serviços hospitalares.

O Ministério do Interior informou, por seu lado, que foram detidas 180 pessoas, 75 das quais ficaram sob custódia policial.

Os confrontos começaram antes do início do desfile, no qual participaram cerca de 1500 pessoas, e prolongaram-se por várias horas após este ter terminado.

O presidente da Sérvia, Boris Tadic, condenou o vandalismo nas ruas e pediu que os atacantes e os organizadores dos tumultos "sejam detidos e levados perante a justiça".

Antes de começar, grupos da extrema-direita tentaram penetrar em diferentes pontos do cordão policial montado nas ruas por onde o desfile ia passar, lançando pedras, paus, garrafas e tijolos contra a polícia.

Cerca de cinco mil polícias foram destacados para o centro da capital, onde várias centenas de elementos extremistas tentaram impedir ou perturbar a marcha.

Na Praça Slavija, no centro de Belgrado, a polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar cerca de 150 extremistas, que depois se voltaram a juntar num local próximo onde destruíram um carro da polícia e partiram vidros de vários autocarros.

Noutras zonas do centro, grupos de extremistas vandalizaram contentores do lixo, automóveis e autocarros e lançaram bombas incendiárias para o edifício que alberga a sede do Partido Democrático (DS), o partido dominante da actual coligação de Governo.

O ministro da Defesa sérvio e membro do DS, Dragan Sutanovac, considerou que o ataque à sede do partido foi um atentado à vida das pessoas que trabalham no edifício e mostrou como os tumultos nada têm a ver com a Marcha do Orgulho Gay, que serviu apenas de pretexto.

"Isto foi organizado por grupos nacionalistas", disse o ministro, acrescentando haver indícios de que alguns dos atacantes usaram armas de fogo.

"Foi hoje enviada ao mundo uma feia imagem de Belgrado, mas também foi demonstrada a determinação do Estado e da polícia em se oporem de maneira adequada a esses grupos", declarou o ministro.

Os radicais atacaram também a sede do Partido Socialista da Sérvia (SPS), que integra igualmente a coligação de Governo e é liderado pelo ministro do Interior, Ivica Dacic.

Depois de terminado o desfile, os participantes juntaram-se no Centro de Cultura Estudantil, também no centro de Belgrado, onde realizaram uma festa, finda a qual foram levados a casa em veículos policiais.

Esta foi a primeira Marcha do Orgulho Gay na capital sérvia, depois de em 2009 o desfile previsto ter tido de ser cancelado devido às ameaças de grupos radicais e à pouca coordenação entre instituições e organizadores. Uma outra marcha convocada em 2001 foi impedida pelos grupos radicais que atacaram os participantes e a polícia no início do desfile.
Fonte: Diário de Noticias

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