O cantautor da revolução cubana diz que passados 50 anos, ela agora exige a revisão "dum monte de coisas, desde conceitos a instituições".
No lançamento do disco "Segunda Cita", Silvio Rodriguez defendeu que "a ideia de reinventar a revolução não é nova, tendo estado sempre vigente", embora nem sempre se concretize "porque caímos na retórica e fomos adormecendo".
O cantautor criticou por várias vezes os meios de comunicação do regime, quando disse que tinha tido conhecimento – "extraoficialmente, mas nunca na nossa imprensa, infelizmente" – de que estavam em análise algumas mudanças, ou quando desafiou o jornal Granma a reproduzir as declarações do rapper René Pérez, que pediu aos músicos estrangeiros para que "deixem de ter cagaço de vir tocar a Cuba" perante duzentos mil jovens na marginal de Havana.
Silvio Rodriguez aproveitou para dedicar o novo disco "ao meio século do triunfo revolucionário de 1959 e aos bicentenários de Edgar Allan Poe e Charles Darwin" e falou também das greves de fome das últimas semanas que já levaram à morte dum preso, Orlando Zapata, e das críticas ao governo de Raul Castro em defesa da liberdade de expressão. "Acho muito bem que o mundo fale do que quiser e que os cubanos façam o mesmo. Sempre fui a favor de que se amplie o direito a dizer, comentar, criticar, opinar e discutir", acrescentou a figura de referência da "nueva trova" cubana, a par de Pablo Milanés, que também recentemente advertiu para a "responsabilidade" do governo sobre a saúde de Guillermo Farinas, outro preso em greve de fome.
Sobre a vaga de críticas do estrangeiro que se abateu sobre o governo de Cuba nas últimas semanas, Silvo Rodriguez diz que está a ver "amplificadas as mesmas opiniões que tem visto nos últimos 50 anos", mas assegura que continua a ter "mais razões para acreditar na revolução do que nos seus detractores".
Retirado de www.esquerda.net
MAIS NADA!!!!!!!
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