quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Petição contra campo de treinos nas Lajes

Uma petição online foi lançada para contestar a criação dum campo de treinos para caças militares de última geração nos Açores.

“Na prática, está em causa a possibilidade do espaço aéreo dos Açores se transformar num enorme campo de treino militar para aviões F-22 e F-35 de última geração, equipados com mísseis hipersónicos”, refere o texto da petição online lançada pela jornalista e ex-deputada do PSD Judite Jorge e que tem como destinatários o Ministério da Defesa, Assembleia da República, Assembleia Regional dos Açores e Governo Regional dos Açores.

Para os subscritores, a aprovação deste campo de treinos será “mais uma cedência à máquina militar dos EUA, sem qualquer contrapartida, em sacrifício dos interesses nacionais e do bem-estar e segurança das populaçõe

“Não é também nenhum movimento antiamericano”, assegurou o segundo subscritor da petição à agência Lusa, acrescentando que o problema reside “em quererem 257 mil quilómetros quadrados, o que é demasiado e põe em risco toda a região”. Pierre Sousa Lima defendeu ainda que se trata de “uma matéria que diz respeito a toda a população dos Açores”, que “não pode nem deve aceitar tudo o que os norte-americanos impõem”.

O texto da petição recorda as palavras do embaixador dos EUA em Portugal, Allan Katz, quando "lembrou que a cada vez maior autonomia dos aviões militares está a reduzir a necessidade de manter um efectivo de 700 militares na Terceira, pelo que é importante conseguir novas missões para as Lajes, que passarão seguramente pela criação naquela base de um campo de treino para caças".

Em Março do ano passado, o responsável pelo Comando Aéreo dos Açores confirmou em entrevista à Lusa “ser exequível a criação de um campo de treinos para aviões F-22 norte-americanos nas Lajes”. Mora de Oliveira revelou na altura que estava a ser avaliado o impacto que pode ter "na aviação comercial e em terra, junto das populações, com o aumento de tráfego de aviões militares”. Já em Janeiro deste ano, a Comissão Bilateral Permanente Portugal/EUA esteve reunida em Washington sem se pronunciar sobre aquela possibilidade enquanto o relatório técnico não estiver concluído. Contactado pela Lusa, o ministério da Defesa não quis fazer quaisquer comentários.

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