A polícia entende que há fortes possibilidades de acontecer um crime se alguém ocultar a identidade em manifestações.
Apesar da lei em vigor não proibir que um manifestante oculte a sua identidade cobrindo a cara ou a cabeça, a PSP vai deter qualquer pessoa que o faça nos desfiles e manifestações anti-NATO previstas para os próximos dias. Os principais suspeitos têm um nome: anarco-libertários.
Segundo apurou o DN junto de fonte policial, as forças de segurança europeias têm uma listagem com cerca de 10 mil nomes de pessoas, que professam ou apoiam este ideal de cariz anarquista, e que foram identificados em acções violentas um pouco por toda a Europa. Alguns líderes são conhecidos pela polícia e cerca de 70 nomes e fotografias dos principais activistas foram entregues ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e GNR, que vão controlar as fronteiras.
A PSP entende que, tendo em conta o histórico das acções violentas em anteriores cimeiras perpetradas por indivíduos usando a táctica Black Bloc - vestidos de negro e cara tapada, avançando em bloco e usando esta cor para provocar a sensação de grande dimensão -, não pode dar hipótese a qualquer situação suspeita. Por isso, explicou o comandante operacional da PSP de Lisboa, Luís Elias, a polícia "actuará, isolando de imediato qualquer indivíduo que tente ocultar a identidade pois tal será considerado como uma forte possibilidade de vir a ser cometido um crime". De acordo com as medidas de polícia em vigor na lei de segurança interna, sempre que há suspeita que um crime pode vir a ser cometido, a polícia pode actuar de forma a evitá-lo.
O Governo Civil de Lisboa autorizou cinco manifestações. A primeira é no Largo Camões, já na quinta-feira e a última para o Marquês de Pombal, no sábado.
Ontem numa conferência de imprensa, para explicar todas as restrições de acessos ao Parque das Nações e condicionamentos de trânsito um pouco por toda a cidade, a PSP garantiu que não tem "para já nenhuma informação real que permita prever incidentes de ordem pública de grande escala" com o envolvimento destes grupos. O facto de se realizar em Londres um grande protesto contra a presença britânica no Afeganistão, no dia 20, faz a polícia acreditar que muitos dos activistas mais perigosos se desloquem antes à capital inglesa.
Em relação a outras ameaças à segurança da Cimeira, nomeadamente de natureza islâmica, a PSP furtou-se a esclarecer qual o grau de ameaça em que baseia a sua operação e o seu dispositivo. "Estamos preparados para tudo", afiançou o comandante da PSP de Lisboa, Luís Barreira.
A Antena1 tinha noticiado ontem que o grau de ameaça tinha sido aumentado do nível 4 - moderado para o 3 - significativo (ver caixa). O DN apurou, entretanto, que este aumento foi declarado pelo Serviço de Informações e Segurança (SIS) na passada sexta-feira, mas que foi uma subida meramente administrativa, tendo em conta as presenças de líderes de "alto risco" na Cimeira e as medidas securitárias envolvidas. Não estão, contudo, reunidos os pressupostos para este nível de ameaça que incluem, por exemplo, a existência de uma fatwa (ameaça) objectiva e identificada contra um alvo em Portugal.
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