quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Massacre Animal

Cultura é tudo aquilo que contribui para tornar a humanidade mais sensível, mais inteligente e civilizada. A violência, o sangue, a crueldade, jamais poderá ser considerado "arte" ou "cultura". A violência é a negação da inteligência.Uma sociedade justa não pode admitir actos eticamente reprováveis (mesmo que se sustem na tradição), cujas vítimas directas são milhares de animais.É degradante ver que nas praças de touros torturam-se bois e cavalos para proporcionar aberrantes prazeres a um animal que se diz racional. Financiar esta ‘arte’ e tão ou mais criminoso quanto Portugal ser obrigado a importar metade da alimentação que consome, ou os bancos pagarem menos impostos. Os milhares de hectares desperdiçados a tentar manter bois em estado bravio, produziriam muito mais útil riqueza se aproveitados em produção agrícola, frutícola, etc. Uma minoria quer manter as touradas e as praças de touros, bárbara e sangrenta reminiscência das arenas da decadência do Império Romano. De facto nas arenas de hoje o crime é o mesmo: tortura, sangue, sofrimento e morte de seres vivos para divertimento das gentes das bancadas. Só pode permanecer como tradição o que engrandece a humanidade e não os costumes aberrantes que a degradam e a embrutecem.


É de facto difícil afirmar o que é que um Touro sente numa tourada. No entanto, os estudos científicos feitos até agora apontam no sentido de que as agressões sofridas antes e durante as corridas sejam não só dolorosas mas incapacitantes. O touro fica com nervos e músculos rasgados, e a quantidade de sangue que perde continuamente enfraquece-o. Não parece ser sensato pensar que isto pode ser agradável para o Touro, ou mesmo indiferente.O touro, tal como os outros mamíferos, ao ter sistema nervoso central tem capacidade para sentir dor, ansiedade, medo e sofrimento. E os sinais exteriores que mostra na arena denunciam essas emoções. Não é portanto razoável aceitar a ideia de que os Touros sofrem pouco numa tourada.
A tourada é a realidade portuguesa no entanto nos outros paises ‘culturalmente’ evoluídos o massacre é diferente. Falo dos golfinhos. Se no Japão os matam para comer de uma forma horripilante, na Dinamarca faz-se por emancipação dos jovens. Porque toda gente sabe que rasgar o dorso de um golfinho com um gancho faz de nós adultos. É fascinante ver o país mais tecnologicamente avançado do mundo que dispõe de soluções para ‘criar’ alimentação para o seu povo, massacrar animais com uma inteligência soberba só porque lhes sabe bem. Na Dinamarca quase não existe corrupção, mas no entanto deixam-se corromper pela sensação de mostar que são grandes, matar por emanciapação é tão maduro e evoluído como comparar o tamanho da verga no balneário ou contar as conquistas, mas isso não interessa porque EU SOU MAIS HOMEM.
Em conclusão, maltratar qualquer animal é errado e estúpido, mas se o homem se maltrata a sí próprio, porque não faze-lo aos seres inferiores.





5 comentários:

  1. Sinto-me enojado após ler este post, não por causa do autor, mas por causa do assunto. Por vezes tenho vergonha de ser humano.

    Bom blog. Continuem!

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  2. Sendo eu um aficionado pela tourada não pude deixar de comentar este post. Quando se critica uma tourada não se pode somente ter em conta o espétaculo em si, mas também toda a envolvente histórica,cultural,social e económica. As touradas surgiram na penisula ibérica aquando das invasões Celtas por volta do séc.V. Estes toureavam para mostrar quer aos seus Deuses quer á populção a sua virilidade, coragem e força com dois intuitos,o de serem merecedores de pertencerem ao exército e cortando os testiculos ao touro que iriam ser bons procriadores (acabndo também por ser um tipo de dança do acasalamento). Mais tarde já existindo o reino de Portugal e Castela as touradas serviam para os homens da nobreza, caso estes mostrassem coragem e destreza diante do touro,ingressarem nas tropas de elite do seu tempo. Desde daqui que as touradas sempre movimentaram muita gente sendo estas os principais chamarizes das feiras daqule tempo,tendo muitas das nossas feiras surgido devido a esse aglomerado de gente que acompanhava as touradas pois era uma boa ocasião para fazer "negócio". Por volta dos fins do séc.XVII inicios de XVIII a tourada de morte foi proibida em Portugal por ordem do rei D.José devido ao falecimento de um amigo seu numa tourada que o deixou muito consternado. Assim com o fim das tourads de morte o interesse da nobreza acabou, passando as touradas a ser feitas por gente do povo e tornando as touradas a festa para toda a gente. Mas mesmo nesta altura já adiantada da nossa história e com o fim da morte do touro na praça, as touradas serviam para demonstrar a destreza e coragem das tropas portuguesas, por exemplo os forcados surgiram devido à exigência da rainha Dona Maria II em que alguns membros da sua guarda pessoal mostrassem coragem pegando o touro de cabeça sem ajuda de cavalos,espadas,bandeirilhas ou outro qualquer objecto usado habitualmente na tourada.
    Mas não é só a nivel histórico-cultural que as touradas deixam a sua marca, a nível económico as touradas também se fazem sentir, como já acima referi muitas feiras surgiram devido à grande afluência de público o que ainda hoje se verifica.Em Portugal as touradas empregam directa ou indirectamente cerca de 90000 pessoas e geram não só com o espetáculo em assim mas com tudo o que movimenta perto de 250M€ (a titulo de curiosidade em Espanha as touradas geram 200000 empregos e receitas a rondar os 1000M€)Quanto à parte em que os pastos onde os toiros são criados deveriam ser utilizados para produção agricola,fruticula,etc. Não nos podemos esquecer que só uma minoria dos toiros criados vão para a arena,os restantes vão directamente para consumo (principalmente para o merxcado exterior deviso à alta qualidade da carne apresentada pelos toiros) mercado este que vale perto de 40% do total de carne bovina por nós exportada.
    Resumindo a tourada não é só touro e toureiro, é também tudo o que os envolve.

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  3. Caro Gonçalo,
    Antes de mais obrigado pelo comentário, e parabéns por demonstrar a sua opinião de forma clara e bem justificada. Nós ao contrário de outros movimentos e defensores de causas, estamos abertos à discussão. Sim podemos todos argumentar que acabar com as touradas era extingir elementos culturais antiquissimos, e seria um acto de desprezo contra a cultura em si. Pois bem, todas as culturas ocidentais ou não ocidentais contêm tradições construtivas e destrutivas. A antiguidade duma tradição não pode servir para a justificar moralmente. Ah e tal, um touro é tratado muito melhor até ser lidado do que um boi que foi criado pela bio-indústria apenas para produção de carne. Pode ser verdade mas não é um argumento válido porque por existirem condições ainda mais cruéis não se torna esta menos cruel. Dizem que uma tourada é uma prova de veneração e uma homenagem à força do animal, só que veneração e homenagens não são prestadas ou mostradas por meio de torturas. Foca ainda que os touros bravos são apenas criados pelas suas qualidades de lide. A abolição das touradas significaria a perda definifitiva duma espécie animal com características únicas, ok mas, os animais não ganham nada com a conservação da sua espécie se sofrem severamente por a ela pertencerem. Quanto ao factor sócio-ecónomico, as touradas como diz geram emprego e e movimentanm muito dinheiro, se analisarmos bem também o fabrico de armamento, e isso não é algo necessariamente bom para a sociedade.

    Obrigado!

    ANTIFA!
    2635

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  4. As touradas são um espectáculo bárbaro sem qualquer necessidade de existência, é tão válida como lutas entre cães ou a famosa luta de galos praticada em muitos países, a sorte dos cães é que são mais "fofinhos" que os touros se não tínhamos belos serões televisivos com lutas de cães. É um costume típico de uma sociedade com mentalidade retrograda como a portuguesa e a espanhola, o homem precisa de evolução não de barbaridade, até em Roma se chegou a essa conclusão quando aboliram a luta de escravos no Coliseu.
    São feitas milhares de festas em Portugal sem touradas, ou largadas de touros, e estas festas também promovem a região, também promovem a economia da região, e sem touradas acabaram por promover a inteligência das pessoas porque tiveram de pensar noutras maneiras de fazer as pessoas ir a essas festas.
    Portanto meu caro Gonçalo não é necessário espetar ferros em touros, nem cortar orelhas e caudas como troféu, nem cavalos levarem cornadas, para que se consiga incentivar a economia local.
    E se achas que uma tradição tem fundamento quando começa com homens a tentar mostrar a sua virilidade e masculinidade a espetar ferros em touros...põe-te a ti mesmo com farpas espetadas no "lombo" e tenta correr, saltar, e lutar pela vida enquanto te engasgas com o teu próprio sangue, e como pano de fundo tens uma multidão de seres "racionais" a aplaudir o espectáculo...

    VERGONHA!!!!

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  5. Gonçalo

    Falta-te muita humanidade. História, dinheiro e cultura. É por isso que gostas de sangue e morte, se fores a Espanha? História, dinheiro e cultura?

    Alguma vez pensaste...

    Que os Touros choram na arena? Sabias?

    Que lhe serram os cornos antes de serem embolados, entre grandes onde lhe puxam a cabeça para cima e o animal, para além do stress, ainda luta desesperado para se libertar e normalmente magoa-se?

    Que os Touros investem por medo e não por serem mauzinhos, uma vez que há muito barulho e não é o seu habitat e ainda por cima têm há frente uma besta a fazer o que sabe que o provoca? E que quanto mais feridos e assustados estão mais necessidade sentem (obviamente) de se defender?

    Que por baixo daquele sangue a pingar há, para além de carne, nervos que atrofiam, ferro a bater em osso na coluna por causa das bandarilhas, o que causa ainda mais dor?

    Que não vale a pena existir o que quer que seja para ser condenado há humilhação, stress e dor?

    Aguma vez pensaste em fazer aquilo a um cão, gato, cavalo?

    Alguma vez pensaste que, em Espanha, se o matador falhar, o aminal engasga-se no seu próprio sangue, perde a força na patas, ajoelha-se, continua chorar e na cabeça não lhe passa o motivo pelo qual isto lhe está a acontecer?

    Alguma vez te passou pela cabeça que aquilo que aplaudes de pé doi tanto, tanto, a um ser vivo que não pediu a ninguêm para a sua raça ser mantida no planeta?

    Falas em dinheiro (o tráfico também dá muito dinheiro), história (não podes comparar este tipo de realidades e a prova é que já não se atiram cristãos ao leões - o que talvez queira dizer qualquer coisa) e feiras e festas populares (esta então não tem qualquer sentido nenhum). Mas tens carne, sangue, tendões, ossos... Podemos então fazer-te o mesmo (depois de te por uma faca na mão e tirar-lhe a lâmina porque não tens cornos para embolar, para te poderes defender) numa feira popular, onde as pessoas paguem bilhete para ver para depois esrever num livro?

    Deve doer muito... A ti não... Mas doi áqueles que aplaudes, depois de pagares para ver humilhar, definhar, sangrar, morrer aos bocadinhos. Que bela forma de passar os tempos livres, a tua.

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