quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O que faz falta...

Somos herdeiros de uma geração que lutou, arriscou a vida e alguns até a perderam
pelo ideal em que acreditavam - a democracia. Faziam-se manifestações, organizavam-se concertos, conspirava-se em todo o sítio possível, mascaravam-se artigos e músicas para passarem na censura. Enfim, fazia-se de tudo um pouco para alcançar um objectivo muito forte e definido. Muitos de nós já ouvimos os nossos pais ou avós contar uma história em que foram perseguidos ou não puderam fazer isto ou aquilo porque senão tinham a PIDE “à perna”, mas mesmo assim contornavam o regime e lutavam e faziam, mesmo correndo o risco. As histórias das passagens para Espanha, ou de alguém que montou uma manif anti-regime, ou alguém foi a um concerto do Zeca, ou organizou uma greve, ou comemorou o 1º de Maio. Verdadeira luta!
Estas histórias deviam inspirar-nos e fazer-nos questionar. Porque é que hoje em dia somos tão conformados?
Quando surge um novo código de trabalho que é injusto, que nos torna precários e que liberaliza os despedimentos. Temos de sair para rua e dizer: NÃO QUEREMOS! É vendida a GALP a privados. Temos de sair para rua e gritar: A TODOS O QUE É DE TODOS! Mais um hospital cedido aos privados. Temos de sair para rua e clamar: A SAÚDE É PÚBLICA! Aumentam-nos os transportes públicos e não nos aumentam os ordenados. Temos de sair para rua e gritar: VÃO-SE FODER!
O 25 de Abril deu-nos a oportunidade de mudarmos, contrariar a estagnação imposta pelo Estado Novo. Agora com tudo a nosso favor, temos direito a manifestções, não temos uma censura feroz, temos direito à greve, só nos resta aproveitar a liberdade que nos foi dada e lutarmos pela criação de uma democracia justa e verdadeira em que se governa para o povo.
Como geração herdeira de Abril temos esta obrigação! Deixarmos de ser "À boa maneira Portuguesa" e honrarmos os lutadores de Abril. Temos de ser os lutadores de todos os meses e de todas as causas que nos unem.
Temos de nos informar e participar activamente. Se a informação não passa nos media, há que criar os meios para que ela seja difundida. Cartazes, stencil, panfletos, jornais gratuitos, blogs. E tem de partir de cada um de nós procurá-la.
Estarmos atentos e partirmos para a luta na rua, sem medos e sem complexos. Perante um problema organizarmo-nos, lutarmos, gritarmos e revoltarmo-nos em prol dos nossos direitos.
Só assim, com uma sociedade informada, activa e organizada, será possível obrigar os políticos a sentirem o peso da revolta social e a verem que é para o povo que se governa.
Levanta-te e luta porque esta luta é urgente!

1 comentário:

  1. Contem comigo para essa luta, vamos passar das palavras às acções! Fascismo Nunca Mais! 25 de Abril SEMPRE!

    António Santos

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