quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Concursos públicos justos

Sou mais um licenciado desempregado.
Não quero que me arranjem um emprego.
Não, não sou preguiçoso.
Nem um daqueles que se quer encostar à sombra de subsídios.
O que eu gostava era que existissem concursos públicos justos onde cada pessoa concorre e é feita uma avaliação justa do seu currículo e de todas as suas capacidades.
Após essa justa avaliação saberíamos se somos ou não competentes para o cargo a que concorremos.
Se fosse contratado ficaria contente uma vez que fui escolhido pelo meu mérito, se não conseguisse também ficaria contente pois saberia que uma pessoa mais competente do que eu teria sido escolhida para desempenhar as funções da minha área.
Os concursos públicos justos são o único meio de combatermos esta cultura injusta da cunha. Hoje em dia não somos escolhidos pelo nosso mérito, somos colocados por conhecermos o senhor X ou a senhora Y.
Os concursos existem na minha área mas são internos, ou seja, não são do conhecimento de todos, são circulares internas e, assim, são colocados os conhecidos ou os estagiários que se encontram no serviço. É triste ficar num sítio só porque conhecemos alguém ou porque fizemos um estágio não remunerado durante meses sem fim. Até pode existir alguém melhor do que nós, mas que por outras razões não pode fazer o tal estágio.
O que entendo por um justo concurso?
1º Concurso a nível nacional, onde todas as pessoas do país têm conhecimento de que essa vaga abriu;
2º Avaliação do percurso universitário;
3º Avaliação do CV;
4º Testes práticos, no desempenho das tarefas que se vai realizar, uma semana na minha área é mais do que suficiente para se avaliar as capacidades;
5º Entrevista com chefe de serviço e consequente ajuste dos pormenores finais para contratualização.
Assim, está garantido o princípio da universalidade. Para tal, é necessário que todos os serviços tenham efectivamente um departamento de recursos humanos que funcione e crie os meios necessários para a escolha do candidato mais apropriado.
Ganhamos em todos os aspectos:
-Mais emprego para os licenciados em recursos humanos;
-Justiça na escolha do novo empregado.

Não quero um emprego, quero justiça.

2 comentários:

  1. E isso é possível em pleno capitalismo? Há sempre formas de subverter concursos, em última instância depende da honestidade das pessoas. Num sistema económico desonesto como o que temos é um bocado impensável esperar que as coisas corram bem.

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  2. Os critérios de justiça estão subjacentes à integridade e honestidade de quem os faz, como referes.
    Se isso é possível no tipo de sociedade em que vivemos, digo desde já que NÃO. Os exemplos de concursos que temos, como os dos professores, não é.
    Agora, é possível a existência de concursos justos? SIM
    Tem de existir uma mudança de mentalidades, que conduzirá à óbvia mudança do sistema actual.
    obrigado pelo comentário.

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