Acordo, são dez e meia da manhã, sinto um arrepio de frio, a roupa da cama está toda posta para o lado. Tive uma noite agitada, lembro-me de ter sonhado, mas não me lembro o quê. Detesto quando isto me acontece! Fico pensativo na cama na tentativa remota de lembrar a causa da minha agitação nocturna. Foi em vão!
Levanto-me, abro as portadas, o sol esconde-se por trás das nuvens cinzentas características de um dia de Inverno, só falta chover. Volto para a cama e continuo a divagar sobre a noite agitada da qual acabara de despertar. Ligo a aparelhagem, carrego no play e os beats do Sam começam a soar em todo o meu quarto invadindo o meu ser com uma súbita sensação de bem-estar. Esboço, nesta altura, o primeiro sorriso do dia. Aquelas melodias têm algo de mágico que me animam sempre que as ouço. Continuo naquela calma típica de um dia de férias, sem responsabilidades, sou dono do tempo. Por fim, lá me levanto e vou tomar um duche. Abro a torneira. Regresso ao meu quarto, no que olho para a janela e vejo o sol querer esboçar um sorriso. As melodias mágicas continuam-me a fazer sentir bem-disposto. A água já deve estar quente, penso. Mudo os beats do Sam e penso em pôr algo que me faça despertar daquela moleza matinal, escolho a compilação "Poesia Urbana". Passo logo à música seis, volume bem alto e vou tomar o meu duche para despertar. Já no duche canto: “Eu vi Sardar, Saramago, Mia Couto e Chomsky, Também vi os mentores do atentado de Nairobi, Nipónicos pa vingar Hiroshima e Nagasaki, Fidel Castro, Arafat, Chavez e Khadafi, Activistas do Hamas, Jihad e Hezbollah, Zapatistas, Talibãs e bombistas da Fatah, Todos diferentes mas com um objectivo em comum: Acabar com esta ditadura que a América implantou.” Sai-me agora o segundo sorriso.
Continuo com um cantar inflamado: Abria porta a porta à procura daquele estupor, Vi a porta dos fundos, senti um feeling interior, Abri… até que enfim Seu Ditador, Agora sente o pavor, Vais pagar pela tua merda e pela dos teus antecessores, Isto é pelas vítimas das guerras que vocês fabricaram, Pelas bocas que morreram, pela falta de pão que vocês negaram, Pelo terror que semearam, alastraram, perpetuaram, Pelos homens e mulheres que as vossas bombas mutilaram, Pelo suor dos trabalhadores que vocês escravizaram, Pela alma deste planeta que vocês danificaram. PUM PUM PUM morre filho da puta". Neste momento a minha mente pára e penso naquilo que acabo de ouvir, um grito de revolta mostrando a ironia daquilo que seria um ataque aos E.U.A., acabando com a morte do seu presidente. Esboço um terceiro sorriso, arrepiado. Entretanto, já ecoa o Fuse: "sozinho no quarto escuro imaginava mundos, pintava telas de sonho no escuro". Sinto a água a cair-me pelo corpo, ouço o som e dou conta que muita da má disposição com que tinha acordado se desvanecera. Saio do banho, limpo-me e continuo a ouvir música, mas desta vez o Bónus e o seu som "nada muda". Traço a toalha à cintura, venho para o meu quarto a abanar a cabeça e de sorriso na cara. Chego e vejo o sol a querer-se libertar, com cada vez mais intensidade, das nuvens que o aprisionam. Começo-me a vestir. Calças largas de ganga, T-shirt branca, sweat creme sem marca, ténis e estou pronto. Desligo a música e desço pronto para um pequeno-almoço bem reforçado. Chego à cozinha e preparo cereais com leite, ponho no tabuleiro e vou para a sala. Ligo a televisão, É meio-dia e um quarto. A televisão enche-se, a estas horas, de programas sem interesse nenhum, olho para lá, mas, verdadeiramente, estou mais concentrado nos meus cereais com leite. Entretanto, desperto do pequeno-almoço e mudo para as notícias, sou invadido por notícias: Mortos no Iraque, número de desempregados aumenta, fecha fábrica, caso de corrupção, derramamento de óleo no mar. Mudo outra vez irritado e triste com o mundo e, em especial, com as pessoas. Dou por mim na MTV a ouvir algo que me volta a irritar profundamente, uma miúda que canta letras vazias mostrando as suas formas, acaba esta música e vem um qualquer exibindo miúdas e dizendo que elas são isto e são aquilo. Irritado, penso como é possível existir pessoas que comprem isto. Acabo, levanto-me e desligo a televisão. Atiro o comando irritado e volto para cima , preciso de libertar a raiva que sinto, tirar esta agonia que aquele quadradinho, que dizem mágico, me provocou. Ligo o computador e lembro-me de um som que tinha ouvido e que talvez desse para fazer alguma coisa interessante, uma música do grande Zeca. Dou por mim concentrado sentado no meu quarto em frente ao computador, a fazer mais uma produção musical. Corto aqui, corto ali, tiro daqui, ponho ali, mexo acolá. Paro. Ouço o que já tenho feito. Não gosto. Mas, mesmo assim, a irritação que me agoniava vai desaparecendo. Volto ao corto aqui, corto ali, tiro daqui, ponho ali, mexo acolá. Este ritual repete-se mais umas vezes quando, de repente, paro, ouço e já me agrada. No fim, depois de ouvida e dada como terminada esta produção. Esboço mais um sorriso, este diferente dos outros, muito mais intenso, mesmo de pura satisfação. Olho lá para fora e já o sol brilha com toda a sua grandiosidade e esplendor. Concentro-me de novo no computador, mas desta vez para combinar uma ida ao café. Passados dez minutos estou de saída. Entro, peço um café, cumprimento o pessoal, entro na conversa. E, passados alguns minutos, rio, sorrio, falo, faço comentários, enfim convivo com os amigos. Nesta altura o sol brilha com toda a sua intensidade. Depois de duas horas de amena cavaqueira, contadas as aventuras da noite anterior, discutidas as imagens que vão passando pela televisão, saio e vamos gravar. Chegados ao studio (elogio, porque é um microfone, headphones e um PC), começamos a pegar nas letras, anteriormente feitas, a relê-las, ajustar pormenores e começamos a gravar. Depois de várias repetições e vários ajustes temos uma primeira versão do som. Não ficou mal, concluo! Um sorriso cobre-me a cara. Saio e vejo que o sol brilha com cada vez mais força.
Agora, já são seis e meia. Estou de volta a casa. O meu pai e a minha mãe estão os dois no sofá. Sento-me e conversamos de tudo, discutimos um pouco da situação do país, do mundo, das finanças caseiras, enfim uma agradável e educativa conversa de fim tarde com os cotas. Dado isto, subo para o meu quarto a sorrir e vou à varanda. A noite começa a cair, mas o frio característico do Inverno dá lugar a uma leve brisa quente de Primavera. Volto para dentro e ligo a aparelhagem, desta vez escolho GMS, o CD vai rodando e os beats melódicos conjugados com letras sinceras vão-me alegrando. Deito-me no meu puff, relaxo um bocado pensando na vida. O corpo começa a fraquejar ao conforto do puff, os olhos a querer fechar e a ouvir "será que neste mundo haverá algum lugar onde seres humanos entre si possam amar, viver sem medo na eterna harmonia, em vez de guerra construir paz e alegria, novos paraísos, novos sorrisos, será que neste mundo ainda cabe este lugar", cedo ao cansaço e adormeço pensativo.
Continuo com um cantar inflamado: Abria porta a porta à procura daquele estupor, Vi a porta dos fundos, senti um feeling interior, Abri… até que enfim Seu Ditador, Agora sente o pavor, Vais pagar pela tua merda e pela dos teus antecessores, Isto é pelas vítimas das guerras que vocês fabricaram, Pelas bocas que morreram, pela falta de pão que vocês negaram, Pelo terror que semearam, alastraram, perpetuaram, Pelos homens e mulheres que as vossas bombas mutilaram, Pelo suor dos trabalhadores que vocês escravizaram, Pela alma deste planeta que vocês danificaram. PUM PUM PUM morre filho da puta". Neste momento a minha mente pára e penso naquilo que acabo de ouvir, um grito de revolta mostrando a ironia daquilo que seria um ataque aos E.U.A., acabando com a morte do seu presidente. Esboço um terceiro sorriso, arrepiado. Entretanto, já ecoa o Fuse: "sozinho no quarto escuro imaginava mundos, pintava telas de sonho no escuro". Sinto a água a cair-me pelo corpo, ouço o som e dou conta que muita da má disposição com que tinha acordado se desvanecera. Saio do banho, limpo-me e continuo a ouvir música, mas desta vez o Bónus e o seu som "nada muda". Traço a toalha à cintura, venho para o meu quarto a abanar a cabeça e de sorriso na cara. Chego e vejo o sol a querer-se libertar, com cada vez mais intensidade, das nuvens que o aprisionam. Começo-me a vestir. Calças largas de ganga, T-shirt branca, sweat creme sem marca, ténis e estou pronto. Desligo a música e desço pronto para um pequeno-almoço bem reforçado. Chego à cozinha e preparo cereais com leite, ponho no tabuleiro e vou para a sala. Ligo a televisão, É meio-dia e um quarto. A televisão enche-se, a estas horas, de programas sem interesse nenhum, olho para lá, mas, verdadeiramente, estou mais concentrado nos meus cereais com leite. Entretanto, desperto do pequeno-almoço e mudo para as notícias, sou invadido por notícias: Mortos no Iraque, número de desempregados aumenta, fecha fábrica, caso de corrupção, derramamento de óleo no mar. Mudo outra vez irritado e triste com o mundo e, em especial, com as pessoas. Dou por mim na MTV a ouvir algo que me volta a irritar profundamente, uma miúda que canta letras vazias mostrando as suas formas, acaba esta música e vem um qualquer exibindo miúdas e dizendo que elas são isto e são aquilo. Irritado, penso como é possível existir pessoas que comprem isto. Acabo, levanto-me e desligo a televisão. Atiro o comando irritado e volto para cima , preciso de libertar a raiva que sinto, tirar esta agonia que aquele quadradinho, que dizem mágico, me provocou. Ligo o computador e lembro-me de um som que tinha ouvido e que talvez desse para fazer alguma coisa interessante, uma música do grande Zeca. Dou por mim concentrado sentado no meu quarto em frente ao computador, a fazer mais uma produção musical. Corto aqui, corto ali, tiro daqui, ponho ali, mexo acolá. Paro. Ouço o que já tenho feito. Não gosto. Mas, mesmo assim, a irritação que me agoniava vai desaparecendo. Volto ao corto aqui, corto ali, tiro daqui, ponho ali, mexo acolá. Este ritual repete-se mais umas vezes quando, de repente, paro, ouço e já me agrada. No fim, depois de ouvida e dada como terminada esta produção. Esboço mais um sorriso, este diferente dos outros, muito mais intenso, mesmo de pura satisfação. Olho lá para fora e já o sol brilha com toda a sua grandiosidade e esplendor. Concentro-me de novo no computador, mas desta vez para combinar uma ida ao café. Passados dez minutos estou de saída. Entro, peço um café, cumprimento o pessoal, entro na conversa. E, passados alguns minutos, rio, sorrio, falo, faço comentários, enfim convivo com os amigos. Nesta altura o sol brilha com toda a sua intensidade. Depois de duas horas de amena cavaqueira, contadas as aventuras da noite anterior, discutidas as imagens que vão passando pela televisão, saio e vamos gravar. Chegados ao studio (elogio, porque é um microfone, headphones e um PC), começamos a pegar nas letras, anteriormente feitas, a relê-las, ajustar pormenores e começamos a gravar. Depois de várias repetições e vários ajustes temos uma primeira versão do som. Não ficou mal, concluo! Um sorriso cobre-me a cara. Saio e vejo que o sol brilha com cada vez mais força.
Agora, já são seis e meia. Estou de volta a casa. O meu pai e a minha mãe estão os dois no sofá. Sento-me e conversamos de tudo, discutimos um pouco da situação do país, do mundo, das finanças caseiras, enfim uma agradável e educativa conversa de fim tarde com os cotas. Dado isto, subo para o meu quarto a sorrir e vou à varanda. A noite começa a cair, mas o frio característico do Inverno dá lugar a uma leve brisa quente de Primavera. Volto para dentro e ligo a aparelhagem, desta vez escolho GMS, o CD vai rodando e os beats melódicos conjugados com letras sinceras vão-me alegrando. Deito-me no meu puff, relaxo um bocado pensando na vida. O corpo começa a fraquejar ao conforto do puff, os olhos a querer fechar e a ouvir "será que neste mundo haverá algum lugar onde seres humanos entre si possam amar, viver sem medo na eterna harmonia, em vez de guerra construir paz e alegria, novos paraísos, novos sorrisos, será que neste mundo ainda cabe este lugar", cedo ao cansaço e adormeço pensativo.
Sem comentários:
Enviar um comentário